Os depoimentos prestados por Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá nesta quinta-feira (25/3) comprometeram a estratégia da defesa de desqualificar a prova mais contundente, até o momento, para incriminar o pai da menina Isabella Nardoni Ela foi jogada do 6º andar do edifício London, onde Alexandre morava, no dia 29 de março de 2008.
Tanto Alexandre como Anna Jatobá disseram ao júri que ele segurava o filho Pietro no colo no momento em que enconstou na rede de proteção da janela e viu que Isabella estava caída no gramado do condomínio. No momennto em que Anna confirmou o que o marido havia dito no depoimento anterior, a assistente de defesa, Roselle Soglio, levou as mãos ao rosto e balançou a cabeça, em sinal de reprovação.
Essa versão contradiz o laudo pericial segundo o qual as marcas da camiseta que Alexandre usava no dia do crime batem com a tela de proteção, mas seriam causadas se ele se tivesse ficado debruçado com os dois braços para o lado de fora da janela, com a pressão de quem segura um objeto de 25 kg —o peso de Isabella.
Com base nesse laudo, a períta Rosângela Monteiro disse categoricamente que Alexandre defenestrou (jogou violentamente)  a filha pela janela.
O que compromete a versão do casal é o fato de a camisa de Alexandre ter marcas nos dois ombros, além de nenhum vestígio da rede ter sido encontrado em Pietro.
A defesa pretendia contestar a precisão do laudo, já que o teste do IC (Instituto de Criminalística) não reproduziu exatamente as mesmas condições do apartamento no dia do crime. Os peritos construíram em laboratório a janela do apartamento, reproduzindo detalhes da rede, como tensão e tipo de fibra. O IC utilizou então um modelo com o mesmo peso e altura de Alexandre (vestindo uma camiseta de fibra parecida), mas fez o teste sobre uma mesa, enquanto o homem que matou Isabella estava ajoelhado sobre um colchão.
Roselle Soglio questionou a perita, durante o depoimento, se essa diferença não poderia causar uma alteração no resultado do teste, provocando marcas diferentes na camiseta. Defendendo as conclusões do laudo, Rosângela disse que sim, haveria uma alteração, já que o modelo “afundaria” no colchão, mas que a disparidade entre 2 e 3 cm de altura não faria diferença para o resultado do teste.
Soglio rebateu na sequência. “Faz diferença sim, mas isso será provado mais à frente”. As discussões sobre as provas ocorrem hoje na fase de debates entre acusação e defesa, que começou às 10h26 e deve durar nove horas. Os advogados ainda tentarão colocar essa prova em dúvida


FONTE: ÚLTIMA INSTÂNCIA

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